Antes de mais desejos de boas festas!! Que o pai natal seja
simpático convosco e traga muita paz para esta época festiva.
Continuando a minha saga pela China...O principal motivo de
ir a Xian é visitar os achados arqueológicos dos guerreiros de
terracota. É um exército de mais de 8000 estátuas de terracota, em tamanho
natural, que foram encontrados junto ao túmulo do imperador Qin, em Xian, na
China. Não há dois guerreiros iguais!! É impressionante. Todas as caras das
figuras são diferentes!! A cidade de Xian revela-se também um local
interessante – podemos andar de bicicleta em cima da muralha que circunda
a cidade antiga, tem zonas interessantes de comida de rua e o hostel onde
ficamos é muito bonito! É uma construção antiga, com vários pátios e um
restaurante/lounge muito confortável. Gosto de hostéis e este é muito
agradável.
Mais um dia de viagem entre comboio e autocarro e chegamos à
vila de Xiahé. Pensávamos que era uma cidade pequena mas parece que na China
não existe disso… A rua principal tem quatro faixas e há imensos prédios.
Viémos em busca de um feelling do Tibete, já que existe um grande mosteiro
budista e é um lugar de peregrinação. Aqui as pessoas têm uma feições mais
parecidas com os mongóis do que com os chineses. Os muitos monges vestem-se com
as túnicas laranja, os demais habitantes e peregrinos com uns pesados casacos
de mangas compridas que, quando soltos, quase arrojam pelo chão. Da forma como
nos olham percebo que nos acham tão “esquisitos” como nós os achamos a eles.
O lugar é uma espécie de santuário de Fátima lá do sítio. Há
pessoas que fazem peregrinação desde as suas aldeias, vários dias a pé ou (como
explicar?!) num ritual parecido com o início da saudação ao sol, em que se
deitam no chão e levantam e a cada etapa avançam a distância equivalente à sua
altura. Podem passar várias horas ou dias a fazer isto. Vimos vários a fazer
este ritual à volta do mosteiro, o que demora quase um dia inteiro. Mais
frequente é os budistas fazerem simplesmente peregrinação a pé à volta do
mosteiro, com cerca de 3km, fazendo rodar centenas de cilindros coloridos e
parando para rezar nos vários templos existentes no perímetro (uma espécie de
capelas). Como começámos ao acaso, fazemos parte do percurso em sentido
contrário ao “convencional” e alguns velhotes sorridentes tentam convencer-nos
a inverter a marcha. As fotos são coloridas e especiais.
Está bastante frio e, porque não conseguimos um lugar
suficientemente quente ou limpo, mudamos três vezes de alojamento. No único
restaurante com aquecimento conhecemos mais uns estrangeiros e divertimo-nos
com as filha dos donos, aí com dois anos, a dançar entusiasta ao som da canção
“poker face”. Por mais remoto que seja o lugar há sempre sinais de “americanização”! Depois
de uma breve passagem por Lanzhou, apanhamos um voo para Xangai, terra natal da
Yingli.
Ficamos em casa dela e desta vez a mordomia ainda e maior –
além de um quarto só para mim, tenho também uma casa de banho privada e existe
uma empregada que nos faz a comida. Xangai é uma boa cidade grande – tem
bons transportes, está perto do mar, tem uma zona antiga bonita com edifícios
coloniais e claro, muitos arranha-ceús. Os arranha-ceus nem sempre são bonitos.
Acho um muito curioso, com colunas gregas em todos os andares – fico a pensar
se os desenhadores que fazem projetos para o concelho de Santarém faria
melhor... Escolhemos o edifício mais alto, com a forma de abre latas, para
subir. Infelizmente Xangai também tem o nevoeiro da poluição e só conseguimos
ver alguma coisa à distância quando as luzes começam a acender.
No dia seguinte, mais uma vez
recorremos ao autocarro turístico para ter uma vista mais abrangente da cidade
sem cansar muito mas, porque começámos tarde, já não vamos a tempo de visitar
os três pavilhões que remanesceram da Expo. A Yingli leva-nos a restaurantes
simpáticos, a bairros mais escondidos e, não menos importante, a fazer massagem
aos pés num centro onde são feitas só por pessoas cegas. Na China há muitos
centros de massagens e aquelas feitas por cegos são considerados os melhores –
têm a mão pesada mas as massagens são óptimas.
Feliz Natal para todos!!!! O meu
vai ser passado num comboio indiano...ando a ver se encontro um bacalhau para
manter a tradição mas está difícil...
I n ê s C a l o r, A r q.
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