GANHEI UMA VITROLA !
Meu indispensável amigo
OLEONE COELHO FONTES, em prefácio a
inspirado livro de sonetos do
inesquecível poeta queimadense
NONATO MARQUES, afirma com razão
indiscutível que a infância é a fase não
longa da nossa vida. E é mesmo, jamais esquecemos nossa época infantil, nossos
amigos de então , colegas da escola,
mesmo sem lembrar dos seus nomes, mas suas imagens não indeléveis em nossa
memória, as brincadeiras nas ruas, ( jogos de gude, esconde-esconde, chicotinho
queimado, tantas e tantas brincadeira ) e mesmo as brigas são lembradas com saudades.
Há, entretanto, uns fatos
que apresentam registro mais nítidos,
mais constante do que outros, como a passagem
do trem pela estação, o banho embaixo da corrente de água que que
abastecia a maria fumaça para gerar o vapor que impulsionava a máquina , o banho no Rio Itapicuru, as histórias de lobsomem , da caipora, todo mundo sentado
nas calçada sob branda e agradável
iluminação da lua cheia Depois íamos
todos dormir com medo desses seres estranhos e amedrontadores. No louro dia , era outro dia, já havíamos
esquecido tudo. Eram novas brincadeira,
novas histórias, novos personagens.
Nunca tive sorte para ganhar
prêmios, situação que perdura até hoje.
Sucede que, numa quermesse interiorana,
pelos meus cinco/seis anos, não me lembro bem como, ganhei uma vitrola
que trazia um disco ( cócócó, cócócó, o galo tem saudade da galinha
carijó...._) ouvi até dormir. No
dia seguinte apareceu em casa um
homem propondo-me trocar a vitrola por um jumento. Aceitei o negócio, dei um
passeio montado e guardei o animal no quintal de casa, que era grande e tinha
comida à vontade.
No dia seguinte, logo de manhã, fui em busca do
jumento para um novo passeio e , surpresa, nada. O jumento sumira .Logo pensei.
Foi o homem com quem fiz negócio
que o roubou. Comecei a pesquisar o seu
endereço e o descobri se m grande dificuldade, até porque ele só tinha um olho e isto o fazia bem
conhecido.
Bem ele estava em casa. Fui logo
avisando vim buscar minha vitrola e fui
logo pegando, e. retirando de cima do
móvel onde ele a tinha posto, e
sai rapidamente , antes de esperar ou
desculpa, ou pior, uma atitude para a retomar a vitrola e sai correndo
com o aparelho debaixo do baço.
Pior só no dia em que, noutra quermesse, em que participei do quebra-pote e fiquei em baixo do pode cheio de cinzas ,
queimado, moedas e um gato desesperado
lá dentro. Quando alguém acertou o pote de barro, tomei u m banho de cinzas,
uns arranhões do gato, outros do demais garotos atrás dos bombons, um banho de
cinzas e corri para casa corando e ainda
levei uns safanões para não me meter mais em, brincadeiras de quermesses a não ser a primeira seguinte..., que ninguém é de ferro...
Salvador,25 de novembro de 2013.
EBC
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