sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Meditação


 MEDITAÇÃO

 

Pensar, estudar, refletir, assim definem os dicionários  o  ato de  meditar. Hodiernamente, a meditação até consiste em  meio terápico  para se conseguir vencer os percalços  postos ou simplesmente aparecidos em  nossa vida, como saídos do  nada, mas nos atormentam e embaraçam a existência, já tão curta em suas oportunidades de paz e tranquilidade, e mais ainda, em vitórias  e sucesso.

É  mesmo necessário alguns  minutos por dia de  meditação  isolando-nos dos compromissos “terrenos“, ou  mesmo que nos retiremos  para uma boa saída por alguns dias em repouso  meditativo.

Não é aconselhável, todavia, a nosso sentir, a permanência  em solidão, uma vez que somos animais gregários, políticos, sociais, e  não é da  natureza humana ser ermitão, este é uma exceção e  não devemos seguir o exemplo das exceções , exatamente por ser uma exceção e, sendo exceção, contraria a natureza humana no seu sentido político.

Vem a calhar a observação de Vinicius de Moraes: “Ninguém é  feliz  sozinho”. O ermitão, isolado da sociedade, de toda convivência social, desligado dos sentimentos do espírito, trancado no seu próprio interior, vive um estado d’alma abrangido pela neurose ou mesmo psicose, um isolacionismo difícil de ser  entendido sem  auxílio de um especialista.

 É doença. Merece mesmo um estudo por estudioso do tema, um expert, que poderá indicar a origem da patologia.

Dir-se-á, então, que,  muitas vezes os ínvios caminhos desta vida podem levar uma pessoas sadia e feliz, a optar pelos tropeços da completa solidão, como a perda de um ente querido, ( o inconformismo com a realidade ), uma profunda e a marga desilusão amorosa, são exemplos que catalogamos ao acaso, que podem transformar uma pessoa feliz , satisfeita com a  convivência social, a se transformar num solitário, num verdadeiro ermitão, adoecer repentinamente, enfim.

Por isso dizem muitos estudiosos, que não existe doenças, existem doentes, como presente  vezes sem conta, a somatização,  isto é, a transformação de um dor anímica, em um dor ou enfermidade física. Doença , um padecimento genuinamente físico não existe, mas a pessoa nem consegue levantar-se, erguer-se sem ajuda. É que um grande sofrimento   interior atingiu-lhe  as entranhas sem a maldade dos  micro organismos causadores de  moléstias físicas, mas os seus próprios sofrimentos transformaram-se em seus algozes, destruindo sua saúde.

Escrevemos destas palavras, aparentemente sofridas e pessimistas, com a esperança de que, se aguem um dia venha a lê-las, possa superar o sofrimento , chorar entre os lençóis, e jamais esquecer, mas superar a dor até o possível, derivando seu comportamento para as atividades que possam levar-nos a uma vida, que não sendo inteiramente feliz, possa conduzir-nos a uma região de paz, de tranquilidade, talvez   até de amor e alegria.

Olhar sempre para a frente e para o alto, e, como escreveu Castro Alves,” eu sou pequeno o mas só fito os Andes”.

Salvador, 17  de outubro de 2013

Euripedes Brito Cunha

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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