MEDITAÇÃO
Pensar, estudar, refletir, assim definem os dicionários o ato
de meditar. Hodiernamente, a meditação
até consiste em meio terápico para se conseguir vencer os percalços postos ou simplesmente aparecidos em nossa vida, como saídos do nada, mas nos atormentam e embaraçam a
existência, já tão curta em suas oportunidades de paz e tranquilidade, e mais
ainda, em vitórias e sucesso.
É mesmo necessário
alguns minutos por dia de meditação
isolando-nos dos compromissos “terrenos“, ou mesmo que nos retiremos para uma boa saída por alguns dias em
repouso meditativo.
Não é aconselhável, todavia, a
nosso sentir, a permanência em solidão,
uma vez que somos animais gregários, políticos, sociais, e não é da
natureza humana ser ermitão, este é uma exceção e não devemos seguir o exemplo das exceções ,
exatamente por ser uma exceção e, sendo exceção, contraria a natureza humana no
seu sentido político.
Vem a calhar a observação de
Vinicius de Moraes: “Ninguém é feliz
sozinho”. O ermitão, isolado da sociedade, de toda convivência
social, desligado dos sentimentos do espírito, trancado no seu próprio
interior, vive um estado d’alma abrangido pela neurose ou mesmo psicose, um
isolacionismo difícil de ser entendido
sem auxílio de um especialista.
É doença. Merece mesmo um estudo por estudioso
do tema, um expert, que poderá indicar a origem da patologia.
Dir-se-á, então, que, muitas vezes os ínvios caminhos desta vida
podem levar uma pessoas sadia e feliz, a optar pelos tropeços da completa solidão,
como a perda de um ente querido, ( o inconformismo com a realidade ), uma
profunda e a marga desilusão amorosa, são exemplos que catalogamos ao acaso,
que podem transformar uma pessoa feliz , satisfeita com a convivência social, a se transformar num
solitário, num verdadeiro ermitão, adoecer repentinamente, enfim.
Por isso dizem muitos estudiosos,
que não existe doenças, existem doentes, como presente vezes sem conta, a somatização, isto é, a transformação de um dor anímica, em
um dor ou enfermidade física. Doença , um padecimento genuinamente físico não
existe, mas a pessoa nem consegue levantar-se, erguer-se sem ajuda. É que um
grande sofrimento interior
atingiu-lhe as entranhas sem a maldade
dos micro organismos causadores de moléstias físicas, mas os seus próprios
sofrimentos transformaram-se em seus algozes, destruindo sua saúde.
Escrevemos destas palavras,
aparentemente sofridas e pessimistas, com a esperança de que, se aguem um dia
venha a lê-las, possa superar o sofrimento , chorar entre os lençóis, e jamais
esquecer, mas superar a dor até o possível, derivando seu comportamento para as
atividades que possam levar-nos a uma vida, que não sendo inteiramente feliz,
possa conduzir-nos a uma região de paz, de tranquilidade, talvez até de amor e alegria.
Olhar sempre para a frente e para
o alto, e, como escreveu Castro Alves,” eu sou pequeno o mas só fito os Andes”.
Salvador, 17 de outubro de 2013
Euripedes Brito Cunha
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